Flor...
Sua maciez não é feita de algodão.
Tampouco dos fios tecidos pelo Bombyx Mori.
Foi adquirida
no lagar da vida.
Rara é sua
beleza, que não foi feita a pincel.
Nem lapidada
pelo maior lapidário.
Porque é
imensurável...
E transborda
de um mais profundo interior,
Cujo conteúdo
reúne atributos que exalam o melhor e mais suave perfume.
Quantos
quiseram arrancar-lhe...
Mas não há
vida em ti sem suas raízes.
Foi ali que
cresceste e adquiriste seu aspecto formoso.
Tens em ti as
lembranças daquele jardim,
Que jamais
podem ser apagadas, pois, estas lhe foram cravadas
Na seiva que
corre em ti.
A dureza dos
teus espinhos
Era pra ser
escudo para ti.
Mas não foi
suficiente...
Aprisionaram-lhe
em um gargalo com água.
E não pudeste
resistir.
Sua beleza se desvaneceu.
Caíram suas
pétalas.
Seu perfume se
foi.
E aqueles que
tanto lhe desejaram,
Agora lhe
desprezam.
A seiva lhe
escorre pelo pedúnculo como lágrimas!
E tu se
lembras daquela brisa que um dia te tirou sorrisos.
Lá...
No jardim...
Onde ficaram
teus sonhos!