segunda-feira, 18 de julho de 2016

FLOR

Flor...
Sua maciez não é feita de algodão.
Tampouco dos fios tecidos pelo Bombyx Mori.
Foi adquirida no lagar da vida.
Rara é sua beleza, que não foi feita a pincel.
Nem lapidada pelo maior lapidário.
Porque é imensurável...
E transborda de um mais profundo interior,
Cujo conteúdo reúne atributos que exalam o melhor e mais suave perfume.

Quantos quiseram arrancar-lhe...
Mas não há vida em ti sem suas raízes.
Foi ali que cresceste e adquiriste seu aspecto formoso.
Tens em ti as lembranças daquele jardim,
Que jamais podem ser apagadas, pois, estas lhe foram cravadas
Na seiva que corre em ti.

A dureza dos teus espinhos
Era pra ser escudo para ti.
Mas não foi suficiente...
Aprisionaram-lhe em um gargalo com água.
E não pudeste resistir.
Sua beleza se desvaneceu.
Caíram suas pétalas.
Seu perfume se foi.
E aqueles que tanto lhe desejaram,
Agora lhe desprezam.

A seiva lhe escorre pelo pedúnculo como lágrimas!
E tu se lembras daquela brisa que um dia te tirou sorrisos.
Lá...
No jardim...
Onde ficaram teus sonhos!